Dog Handler

“Se eu tivesse chance de voltar a existir e me perguntassem o que eu queria ser, diria quero ser Dog Handler”, é com essa frase que Gladimir Souto de Oliveira resume o amor que possui na profissão que atua há 45 anos. Oliveira já perdeu as contas de quantas exposições de cães e quantos exemplares saíram premiados nos eventos que participou. A vasta experiência adquirida ao longo dos anos não diminuiu a humildade e vontade de aprender e de demonstrar bons cães em pista. Em entrevista para Best Breeders, ele fala sobre a importância da boa apresentação de um cão. “Apesar de alguns criadores e proprietários não notarem que faz muita diferença o trabalho de um handler, a importância é enorme. Porque o handler através dos seus conhecimentos profissionais e técnicas conseguem, na grande maioria das vezes, melhorar resultados e, consequentemente, um maior número de títulos. O que faz com que esses criadores e seus cães se tornem mais conhecidos e melhores avaliados pelos juízes”, afirma.

Oliveira ressalta ainda que para atuar como handler é necessário ter feeling e aptidão. Ter conhecimento das raças também é fundamental. “É necessário também uma estrutura em termos de transporte, caixas de transporte, mesas, escovas guias, dentre outros e, para isso é preciso saber com quais raças pretende trabalhar”.

“Muitas vezes observamos que algumas pessoas, por mais dedicação e até alguns conhecimentos não conseguem desenvolver a atividade porque carecem de aptidão, não tem o dom para isso”.

Ao ser questionado se o cão precisa já ser treinado para exposições, o handler afirma: “ Muitas vezes nos deparamos com algumas joias raras que com breves treinos e algumas exposições passam a ter performances de veteranos . Mas há necessidade de uma interação entre handler e seu pupilo e, com o passar do tempo, a identificação mútua torna-se automática em atitudes no ato da apresentação”.

Para obter bons resultados, além do cão estar dentro dos padrões estabelecidos pelas entidades que os representam alguns detalhes também são importantes. “O cão tem que está num peso correto , bem “trimado” , bem condicionado e ter um comportamento equilibrado.

Durante a entrevista, Oliveira se recorda de alguns casos que ocorreram durante participações em exposições. “Quando iniciei minha atividade no Rio Grande do Sul confesso que não tinha grandes conhecimentos e nem um bom preparo e recebi um cão da raça Airedale-Terrier e que o proprietário, que foi o meu primeiro cliente, também não tinha grandes conhecimentos , me entregou um pedaço de carvão para pintar as partes pretas da pelagem, quando o juiz passou a mão no cão imagine o que aconteceu (risos). Mas na época não tínhamos praticamente nenhuma informação de cinofilia, também não tínhamos em quem nos espelhar, que pudesse nos orientar . Hoje é diferente através da internet as informações chegam com facilidade e de uma forma correta e também muitos profissionais que já tiveram oportunidade de morar no exterior (incluso eu no EUA) trazendo com isso uma bagagem de conhecimentos o que torna mais fácil para aqueles que querem ser profissionais ser orientarem”.

Oliveira também dá dicas para os criadores e para quem deseja seguir a profissão de handler :

“Aqueles que quiserem seguir a carreira, em primeiro lugar, não pensem que são glórias e vitórias , muitas derrotas ocorrerão , muitos sacrifícios pessoais serão necessários; esqueçam que poderiam ter uma vida normal, ou seja, fins de semana , folgas , passeios, além é claro, de buscar embasamentos de conhecimentos. Ser Handler para mim é ter sido escolhido e abençoado por Deus, para uma profissão tão nobre e tão gratificante apesar de muitos momentos difíceis. Se eu tivesse de voltar a existir e me perguntassem o que eu gostaria de ser eu responderia: Quero ser um Dog Handler”, finaliza.

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